A Verdade em nós - Raios do Amanhecer

terça-feira, 3 de março de 2015

A Verdade em nós




Corrente de Preces: 


Daniela do Raciocinio e para sua filha Maria Eduarda
Maria do Rosario e pela sua familia
Fernanda da Silva





Olá meus amigos,estou de volta a este blog com postagens novas sempre quando a mim for possivel.Feliz deixo mais esta mensagem e mais uma linda música acima.Que possamos fazer preces de 5 a 10 minutos,sempre quando pudermos pelos nomes acima.Que estes possam sentir aonde quer que se encontre,nossas boas energias e vibrações de coragem a lhes impulsionar para frente.Que se sintam animados a prosseguir e vencer.Nosso amor mudará muitas vidas,a começar por nós mesmos.Quem quiser conversar ou pedir prece,adicionar neste skype: estudantedaverdade.
Inclusive tem um grupo no facebook com este mesmo nome: Estudante da Verdade,quem quiser me adicionar.Obrigado.





''Se alguém está em Cristo, nova criatura é;

as coisas velhas já passaram; 
eis que tudo se fez novo."  (2 Coríntios 5:17)


      Majestoso,o céu anuncia as glorias de Deus sob os homens.Felizes,portanto os que tem olhos de ver,esta beleza infinita que a todos convida a redenção.Porém,tudo neste mundo é chamativo demais e acaba por nos anestesiar os sentidos.Não nos permitindo contemplar a sublimidade santificante.Todavia,bem aventurado é todo aquele que percebendo isto,começa a compreender que tudo que nos cerca neste mundo,não passa de um fogo devorador que longe de nos realizar,acaba por aumentar a nossa sede implacavel,na qual inutilmente tentamos sacia-la nos campos do engano,em buscas cada vez mais sem sentido.
     Somente o Cristo é o pão e a água da vida capaz de nos preencher a alma e significar a nossa existência.E aprendemos isto por vezes do pior jeito e as vezes até tarde,quando nos encontramos no mundo espiritual aonde perceberemos o quanto o tempo foi desperdiçado,o quanto poderiamos ter feito mais ou estendido a mão mais para tolerar e perdoar aqueles afetos difíceis que o Pai amado nos colocou ao lado afim de resgatarmos lações e nos amarmos como irmãos diante da mesma jornada.
    Ditosos os que assim aproveitam a existência,de modo dignificante,pois não conheceram a angustia do remorso e do vazio,dos caminhos sombrios que moldaram diante a própria consciência.O tempo é tao curto e ainda há tanto a ser feito.Que neste Natal,possamos entender o seu real significado e permitir que o Cristo nasça em nos,afim de que façamos não somente neste dia,mas em todos os outros,o natal permanente,afim de que o reflitamos nos gestos,nas ações e no pensamento de cada dia.
     O Mundo tem sede e fome de ti senhor! Que o teu evangelho nos clareie a consciência,de modo com que possamos achar este caminho puro que nos conduzirá até ti.Para que não fiquemos perdidos,ano após anos,sendo o mesmo individuo que se contenda em ser aquilo que sempre foi e atrair as mesmas situações e pessoas,se colocando em uma posição de vitima,quando na verdade foi responsável por tudo que lhe acontece.Não percebendo que como uma flor,sempre há tempo de florescer após uma tempestade.Sempre acreditando que no universo quando um ciclo se fecha,outro começa e de que cada um de nos somos seres de real valor,que precisamos nos amar,se respeitando e dando respeito.Para que não sintamos vergonha de nos mesmo,quando no silencio da Propriá consciência.
      Tudo no altar da criação é partilha atrairemos sempre aquilo que somos,pensamos e façamos.Somos merecedores do que há de mais belo,pois somos herdeiros do Divino que se encontra dentro de nós e como tal temos que assumir semelhante postura,compreendendo de que somos merecedores de ter ao lado afetos que de fato nos ama e nos respeita,sem ficarmos presos a mesquinharias ou migalhas.Queiramos mais,saiamos da mesmice e construamos a fraternidade real.Por vezes o caminho está tão perto e cegos ficamos andando em círculos.Que tenhamos força e nos guiemos através do mestre que é a nossa estrela guia em meio a escuridão e o temor da noite.A fonte do infinito poder que em nós habita,bastando somente de que venhamos a desenvolver isto e nos permitir uma nova chance,um novo recomeço.
    Que tenhamos coragem de descobrir este caminho,saindo deste ciclo vicioso,renunciando e lutando pelo que se acredita,pois dai provém o sabor da verdadeira vitoria.Aquela que é alcançada e batalhada pelo nosso suor e sacrifício que nos garantirá dias radiosos de paz,por termos dito a capacidade de atravessar esta porta estreita que nos leva até ti,que por mais que aparentemente seja difícil ultrapassa-la,sempre nos reconduzirá a paisagens deslumbrantes de contentamento e gloria.Ao contrario das facilidades,dos comodismos e dos impulsos deprimentes que nos coloca como prisioneiros de nos mesmos e carrascos do nosso próximo,façamos com que hajamos como sugadores de suas energias e de todo lugar aonde nos encontramos em nosso maravilhoso planeta.
     Que acendamos portanto,a luz da gloria dentro de nos mesmos,afim de que possamos enxergar e voar através do espirito.Existe um Sol dentro de nos que precisa ser cultivado,pois somente através desta luz teremos capacidade de enxergar o que nos cerca além desta vida,sem que caiamos nos abismos do engano.
 
     Somos portadores de uma riqueza,de um patrimônio divino na qual todos possuímos e somos herdeiros.A verdade nos libertará,como assevero o mestre em seu evangelho.Entretanto é indispensavel que nos coloquemos na posição de aprendizes e busquemos conhece-la.
      Semelhantes ao um homem preso em uma caverna.Assim somos nos diantes das mais variadas situações cotidianas.Somos prisioneiros de nos mesmos.Agimos sem cautela e sem a serenidade que nos faria raciocinar sobre o que realmente,é a causa dos males que nos afligem.
      Gritamos,rogamos,choramos clemencia.E tem ate quem se revolte contra Deus.Sem se dar conta de que por continuar a  esconder esta verdade interior,ainda adormecida em muitos.Não se dando conta assim,de que é vitima dela mesma.
     A verdade é um tesouro que nos cabe desenvolver de modo que venhamos a nos libertar das amarras que nos prendem.E nos impedem de voar feito os pássaros,nas asas do infinito bem.
Saiamos da caverna das ilusões e desejos que nos sobrecarregam o ser.Para que assim nos sintamos leves.indo de encontro a luz que nos espera do lado de fora,nesta caverna que infelizmente  nos mantemos.
      Isto será impossível sem a busca do auto conhecimento,na meditação e de um reflexão profunda que nos fara descobrir o divino em nos.E por consequencia,a conscientização de que estamos inutilmente reclamando a toa.Acusando a vida.Os demais.Sem olhar para si.Sem percebermos que estamos nesta situação porque não silenciamos nem buscamos a verdade em nos primeiramente,para depois descobrir a verdade cósmica que nos rege os destinos.
      A verdade que é portanto um recurso espiritual sagrado.Força motriz da alma e que não provem de uma crença mas de uma luz comportamental que nos acende no intimo,através de uma auto analise que nos floresce no intimo.

      Desabrochemos então esta verdade.Sem mais fugir como o mestre disse.Pois esta fuga do compromisso é sempre a atitude inicial daqueles que não querem se dar conta de que tudo quanto ocorre,nasce primeiramente dentro de nos.E de que logo,não somos vitimas,ma cooperadores do Pai,e que tudo quanto nos surge na caminhada é resultado das nossas conquistas ou de nossos débitos.
      Assim estejamos dispostos a atravessar este deserto e encontraremos um oásis.Saiamos da caverna ao invés de só rogarmos bençãos iguais homens ingratos.O Pai sempre nos envia vasto recursos,mas somente esta verdade despertada nos será capaz de despertar o ser.Por mais que a luz na saída da caverna,nos ofusque a visão em um primeiro momento,você logo se acostumara e conhecerá a real gloria do universo.



Autoria: André Galindo Moura
Meu outro blog: http://namelodiadesteamar.blogspot.com.br/



A Visita da Verdade


Certa feita, disse o Mestre que só a Verdade fará livre o homem; e, talvez porque lhe não pudesse aprender, de imediato, a vastíssima extensão afirmativa, perguntou-lhe Pedro, no culto doméstico: 
- Senhor, que é a verdade ?

Jesus fixou no rosto enigmática expressão e respondeu: 
- A Verdade total é a Luz Divina total; entretanto, o homem ainda está longe de suportar-lhe a sublime fulguração.

Reparando, porém, que o pescador continuava faminto de novos esclarecimentos novos, o Amigo Celeste meditou alguns minutos e falou :

- Numa caverna escura, onde a claridade nunca surgira, demorava-se certo devoto, implorando o socorro divino. Declarava-se o mais infeliz dos homens, não obstante, em sua cegueira sentir-se o melhor de todos. Reclamava contra o ambiente fétido em que se achava.

O ar empestado sufocava-o dizia ele aos gritos comoventes. Pedia uma porta libertadora que o conduzisse ao convívio do dia claro. Afirmava-se robusto, apto, aproveitável. Por que motivo era conservado ali, naquele insulamento doloroso? Chorava e bradava, não ocultando aflições e exigências. Que razões o obrigavam a viver naquela atmosfera insuportável ?

Notando Nosso Pai que aquele filho formulava súplicas incessantes, entre a revolta e a amargura, profundamente compadecido enviou-lhe a Fé.

A sublime virtude exortou-o a confiar no futuro e a persistir na oração.

O infeliz consolou-se, de algum modo, mas, a breve tempo, voltou a lamuriar.

Queria fugir ao monturo e, como se lhe aumentassem as lágrimas, o Todo-Poderoso mandou-lhe a Esperança.

A emissária afagou-lhe a fronte suarenta e falou-lhe da eternidade da vida, buscando secar-lhe o pranto desesperado. Para isso, rogou-lhe calma, resignação, fortaleza.

O pobre pareceu melhorar, mas, decorridas algumas horas, retornou a lamentação.

Não podia respirar - clamava em desalento.

Condoído, determinou o Senhor que a Caridade o procurasse.

A nova mensageira acariciou-o e alimentou-o, endereçando-lhe palavras de carinho, qual se fora abnegada mãe.

Todavia, porque o mísero prosseguisse gritando, revoltado, o Pai Compassivo enviou-lhe a Verdade. 
Quando a portadora de esclarecimento se fez sentir na forma de uma grande luz, o infortunado, então, viu-se tal qual era e apavorou-se.

Seu corpo era um conjunto monstruoso de chagas pustulentas da cabeça aos pés e, agora, percebia espantado, que ele mesmo era o autor da atmosfera da atmosfera intolerável em que vivia. O pobre tremeu cambaleante, e, notando que a Verdade serena lhe abria a porta da libertação, horrorizou-se de si mesmo; sem coragem de cogitar da própria cura, longe de encarar a visitadora, frente a frente, para aprender a limpar-se e a purificar-se, fugiu, espavorido, em busca de outra furna onde conseguisse esconder a própria miséria que só então reconhecia.

O Mestre fez longa pausa e terminou:

- Assim ocorre com a maioria dos homens, perante a realidade. Sentem-se com o direito à recepção de todas as bênçãos do Eterno e gritam fortemente, implorando ajuda celestial. Enquanto amparados pela Fé, pela Esperança ou pela Caridade, consolam-se e desconsolam-se, crêem e descrêem, tímidos e irritadiços e hesitantes; todavia quando a Verdade brilha diante deles, revelando-lhes em que se encontram, costumam fugir, apressados, em busca de esconderijos tenebrosos, dentro dos quais possam cultivar a ilusão.

Neio Lucio/Chico Xavier    
Obra: Jesus no Lar.




A Reforma Íntima

Areforma íntima! Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo.

Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranqüilidade.

Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam estimulados pela onda crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas energias excedentes na atividade fraternal.

Empurrado para o campeonato da competição, na área da violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência passiva.

Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence.

Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem.

Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação.

Desestimulado no lar, e sensibilizado por outros afetos, renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada.

É muito fácil desistir do esforço nobre, prazer'>comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos.

Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de avaliação moral para os candidatos à felicidade.

O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame, quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas.

Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista.

Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. Nem sempre se recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.

Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o teu momento infeliz.

Lograrás vencer a violência interior que te propele para o mal, se perseverares na luta.

Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o.

Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas esperando as horas de glorificação.

Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.

Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer.

A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas.


Joanna de Angelis




Renovação

Desligando-me dos laços Inferiores que me prendiam às atividades terrestres, elevado entendimento felicitou-me o espírito.

Semelhante libertação, contudo, não se fizera espontânea.

Sabia, no fundo, quanto me custara abandonar a paisagem doméstica, suportar a incompreensão da esposa e a divergência dos filhos amados.

Guardava a certeza de que amigos espirituais, abnegados e poderosos, me haviam auxiliado a alma pobre e imperfeita, na grande transição.

Antes, a inquietude relativa à companheira torturava-me incessantemente o coração; mas, agora, vendo-a profundamente identificada com o segundo marido, não via recurso outro que procurar diferentes motivos de interesse.

Foi assim que, eminentemente surpreendido, observei minha própria transformação, no curso dos acontecimentos.

Experimentava o júbilo da descoberta de mim mesmo.

Dantes, vivia à feição do caramujo, segregado na concha, impermeável aos grandiosos espetáculos da Natureza, rastejando no lodo.

Agora, entretanto, convencia-me de que a dor agira em minha construção mental, à maneira da aluvião pesada, cujos golpes eu não entendera de pronto.

A aluvião quebrara a concha de antigas viciações do sentimento.

Libertara-me.

Expusera-me o organismo espiritual ao sol da Bondade Infinita.

E comecei a ver mais alto, alcançando longa distância.

Pela primeira vez, cataloguei adversários na categoria de benfeitores.

Comecei a freqüentar, de novo, o ninho da família terrestre, não mais como senhor do círculo doméstico, mas como operário que ama o trabalho da oficina que a vida lhe designou.

Não mais procurei, na esposa do mundo, a companheira que não pudera compreender-me e sim a irmã a quem deveria auxiliar, quanto estivesse em minhas forças.

Abstive-me de encarar o segundo marido como intruso que modificara meus propósitos, para ver apenas o irmão que necessitava o concurso de minhas experiências.

Não voltei a considerar os filhos propriedade minha e alui companheiros muito caros, aos quais me competia estender os benefícios do conhecimento novo, amparando-os espiritualmente na medida de minhas possibilidades.

Compelido a destruir meus castelos de exclusivismo injusto, senti que outro amor se instalava em minhalma.

Órfão de afetos terrenos e conformado com os desígnios superiores que me haviam traçado diverso rumo ao destino, comecei a ouvir o apelo profundo e divino, da Consciência Universal.

Somente agora, percebia quão distanciado vivera das leis sublimes que regem a evolução das criaturas.

A Natureza recebia-me com transportes de amor.

Suas vozes, agora, eram muito mais altas que as dos meus interesses isolados.

Conquistava, pouco a pouco, o júbilo de escutar-lhe os ensinamentos misteriosos no grande silêncio das coisas.

Os elementos mais simples adquiriam, a meus olhos, extraordinária significação.

A colônia espiritual, que me abrigara generosamente, revelava novas expressões de indefinível beleza.

O rumor das asas de um pássaro, o sussurro do vento e a luz do Sol pareciam dirigir-se à minhalma, enchendo-me o pensamento de prodigiosa harmonia.

A vida espiritual, inexprimível e bela, abrira-me os pórticos resplandecentes.

Até então, vivera em “Nosso Lar” como hóspede enfermo de um palácio brilhante, tão extremamente preocupado comigo mesmo, que me tornara incapaz de anotar deslumbramentos e maravilhas.

A conversação espiritualizante tornara-se indispensável.

Aprazia-me, antigamente, torturar a própria alma com as reminiscências da Terra.

Estimava as narrativas dramáticas de certos companheiros de luta, lembrando o meu caso pessoal e embriagando-me nas perspectivas de me agarrar, novamente, à parentela do mundo, valendo-me de laços inferiores.

Mas agora... perdera totalmente a paixão pelos assuntos de ordem menos digna: as próprias descrições dos enfermos, nas Câmaras de Retificação, figuravam-se-me desprovidas de maior interesse.

Não mais desejava informar-me da procedência dos infelizes, não indagava de suas aventuras nas zonas mais baixas.

Buscava irmãos necessitados.

Desejava saber em que lhes poderia ser útil.

Identificando essa profunda transformação, falou-me Narcisa certo dia: — André, meu amigo, você vem fazendo a renovação mental.

Em tais períodos, extremas dificuldades espirituais nos assaltam o coração.

Lembre-se da meditação no Evangelho de Jesus.

Sei que você experimenta intraduzível alegria ao contacto da harmonia universal, após o abandono de suas criações caprichosas, mas reconheço que, ao lado das rosas do júbilo, defrontando os novos caminhos que se descerram para sua esperança, há espinhos de tédio nas margens das velhas estradas inferiores que você vai deixando para trás.

Seu coração é uma taça iluminada aos raios do alvorecer divino, mas vazia dos sentimentos do mundo, que a encheram por séculos consecutivos.

Não poderia, eu mesmo, formular tão exata definição do meu estado espiritual.

Narcisa tinha razão.

Suprema alegria inundava-me o espírito, ao lado de incomensurável sensação de tédio, quanto às situações da natureza inferior.

Sentia-me liberto de pesados grilhões, porém, não mais possuía o lar, a esposa, os filhos amados.

Regressava freqüentemente ao círculo doméstico e aí trabalhava pelo bem de todos, mas sem qualquer estímulo.

Minha devotada amiga acertara.

Meu coração era bem um cálice luminoso, porém, vazio.

A definição comovera-me.

Vendo-me as lágrimas silenciosas, Narcisa acentuou: — Encha sua taça nas águas eternas daquele que é o Doador Divino.

Além disso, André, todos nós somos portadores da planta do Cristo, na terra do coração.

Em períodos como o que você atravessa, há mais facilidade para nos desenvolvermos com êxito, se soubermos aproveitar as oportunidades.

Enquanto o espírito do homem se engolfa apenas em cálculos e raciocínios, o Evangelho de Jesus não lhe parece mais que repositório de ensinamentos comuns; mas, quando se lhe despertam os sentimentos superiores, verifica que as lições do Mestre têm vida própria e revelam expressões desconhecidas da sua inteligência, à medida que se esforça na edificação de si mesmo, como ensinamento do Pai.

Quando crescemos para o Senhor, seus ensinos crescem igualmente aos nossos olhos.

Vamos fazer o bem, meu caro! Encha seu cálice com o bálsamo do amor divino.

Já que você sente os raios da alvorada nova, caminhe confiante para o dia!...

E, conhecendo meu temperamento de homem, amante do serviço movimentado, acrescentou, generosa: — Você tem trabalhado bastante aqui nas Câmaras, onde me preparo, por minha vez, considerando o futuro próximo, na carne.

Não poderei, portanto, acompanhá-lo, mas creio deve você aproveitar os novos cursos de serviço, instalados no Ministério da Comunicação.

Muitos companheiros nossos habilitam-se a prestar concurso na Terra, nos campos visíveis e invisíveis ao homem, acompanhados, todos eles, por nobres instrutores.

Poderia você conhecer experiências novas, aprender muito e cooperar com excelente ação individual.

Porque não tenta? Antes que pudesse agradecer o alvitre valioso, Narcisa foi chamada ao interior das Câmaras, a serviço, deixando-me dominado por esperanças diferentes de quantas abrigara até então, relativa mente às minhas tarefas.

Renovação
André Luiz - Nosso Lar






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